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Lembra-te de Mim

Lembra-te de Mim

30.09.20

SOMOS PIRATAS

Débora

 

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Chegou o outono. O regresso a casa. O regresso às rotinas. O regresso ao destralhar.
 Guardar roupas frias do verão e tirar as roupas quentes do outono. Destralhar.
 Deixar ir o que passou e agarrar o que temos e o que somos.
 No meio da tralha, há tesouros que guardamos nos nossos corações. Porque tesouros não são só ouro e prata como já alguém disse. Há tesouros que são pessoas. Piratas que tinham como destino entrarem na nossa ilha, na nossa casa, e acolhemos como naufragos que todos somos.
 Somos energia e trocamos impressões e das mais boas energias que trocamos é a nossa. Dois piratas a serem livres mas juntos. A seguir para o horizonte com o coração no lugar certo. Aqui e agora.

 

29.09.20

NÃO VOLTES A TIRAR FÉRIAS

Débora

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Hoje tive saudades tuas. Saudades do que fomos mas como está tudo fresco na minha mente que sei e acredito que ainda somos. Há sinais que nos aparecem e não devemos ignorar. Assim como a tua chegada.
Regressaste a casa como uma criança que volta a casa dos avós em tempo de férias. Ao regressares, tudo se mantém: há o mesmo cheiro, o mesmo toque, o mesmo afeto e a mesma pessoa estava lá. Sorrimos ao lembrar tudo o que vivemos. Não dissemos nada porque há momentos que as palavras não fazem justiça ao que sentimos.
 Ficaste para jantar. Fizemo-lo juntos. Com música a tocar. Umas mexidas e numa calma, foi onde pediste-me para dançar. Encostei o meu queixo no teu ombro e envolveste-me pela cintura. Encaixamos como duas peças de puzzle que não se deviam ter perdido. Sussurraste-me ao ouvido que tinhas saudades. Olhei-te nos olhos e sorri de volta. Pedi para não voltares a ir de férias de algo que é para trabalhar o ano inteiro. Riste-te e antes da canção terminar, disseste-me: quando voltar a ir de férias, se voltar, tu vens comigo.
28.09.20

QUANDO O SILÊNCIO DIZ TUDO

Débora

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 Era tarde. O sol entrava pela sala, vendo-se raios de sol fracos, porém à medida que te observava, mais os raios solares tornavam-se intensos, como iluminasse o anjo que estava à minha frente.
 Tu, deitado, escrevias num caderno. Queria saber o que estavas a pensar. Mas não naquele momento. Só queria continuar a ver-te. Como escrevias. Com o ar pensativo enquanto a mão esquerda desviava o cabelo do tua testa. Não queria deixar de te observar. Cada detalhe teu. 
 Cada vez tinha mais a certeza de que "era para o que der e vier" porque "o meu maior medo é ver-te partir".
 Escreves mais um pouco e continuo a ler-te o corpo e os movimentos como se de uma obra de arte se tratasse. De repente, olhaste para mim e sorriste. Eu sorri de volta.
 E aí "eu soube que era para a vida toda."

23.09.20

NÃO ESPERES TRÊS MESES

Débora

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Esta é a história da Madalena e do Gustavo. Madalena é bailarina há oito anos. Conheceu Gustavo há cinco anos. 
 O primeiro contato foi na escola de artes onde trabalham. Gustavo é professor de piano. Não se deram logo bem à primeira porque os horários foram trocados e culpavam-se um ao outro por falta de profissionalismo.
 Semanas foram passando e já se suportavam minimamente. Gustavo começou a assistir às aulas de Madalena para inscrever a irmã. Encantou-se com a beleza que viu. E então começou a vê-la com outros olhos.
 Convidou-a para saírem e apesar de não querer à primeira tentativa, deu-lhe uma segunda oportunidade. A saída correu bem e voltaram a repetir. E a repetir. Apaixonaram-se.
 Há três anos tudo mudou: Gustavo começou a ficar ciumento e controlador. Uma noite, ele queixou-se de Madalena ir sair com amigas. "Antes de estar contigo, já saía com as minhas amigas e vou continuar a fazê-lo." Levantou-se do sofá e... Ela não saiu com as amigas. Passou a noite no quarto a chorar por Gustavo lhe ter batido. Trancou-a no quarto e esta vestiu o seu fato branco cruzado com as sapatilhas rosas. A melodia era calma e serena. Apenas por uns momentos havia uma melodia mais forte e contínua. Após a melodia ter terminado, saiu da posição de "pontas" e não se queixou mesmo com os pés doridos, ensanguentados e negros. Por mais dor que sentisse, nada se igualava à dor interior. Ânsia, preocupação mas sobretudo, medo.
 Tentou não pensar no assunto e voltou a pôr música para dançar. Preferia a dor física à psicológica.
 Vais continuar a ser uma "Madalena" ou vais pôr os "Gustavos" no lugar onde pertencem?
 Fala, pede ajuda, apresenta queixa. Não estás sozinha.
 Passados três meses, Madalena contou a uma amiga por telemóvel e Gustavo matou as duas mulheres para a história não se saber. Mas soube-se pois o telemóvel de Madalena estava sob escuta e Gustavo foi preso.
 Madalena arranjou coragem apenas três meses depois. E tu? Ao primeiro sinal de violência física ou psicológia... Não esperes por três meses.

22.09.20

A MÚSICA QUE TOCASTE

Débora

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Hoje tocaste não só a música mais ainda mais o meu coração. Na sala não se transmite apenas paz
mas melodias de alegria e fizeste com que a felicidade predominasse na sala. Minutos silenciosos
em que te olhava de novo e o orgulho era tanto que só sorria e via o quão concentrado estavas.
Conseguiste silenciar o caos do dia a dia, criando histórias. Histórias de encantar. Tu e o
instrumento eram um só. Não só na sala, mas na vida. És a minha canção preferida que não dá
para avançar. Apenas para parar e recuar para ouvir de novo.

22.09.20

MEREÇO MELHOR

Débora

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Hoje vi-te. Numa fração de segundo lembrei-me de tudo. Sabes o que senti? Tudo e nada. Tudo o
que não volta. Nada porque não há nada a sentir quando saíste da minha vida da forma como
saíste. Tenho saudades, é verdade. Mas como ainda consigo ter saudades de alguém que nunca
sentiu o que eu senti? Intensidade. Sentimentos. Amizade. Não voltarei a confiar novamente em ti.
Dei-te uma segunda oportunidade e mostraste-me que nem a primeira merecias. Desculpa-me
mas mereço melhor.

22.09.20

GESTOS QUE CONTAM MAIS DO QUE PALAVRAS

Débora

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Os teus olhos claros trouxeram-me a calma e a tranquilidade precisava na minha vida. O teu
cabelo escuro trouxe-me a descoberta da paz num dia de chuva e provoca sorrisos num dia de sol.
Afagar-te o cabelo traz-me o conforto que necessitava ao final do dia de trabalho em que mostra
que muito bom ou menos bom que fosse o dia, temo-nos um ao outro, mostrando que tudo vai
ficar bem porque estamos juntos. O teu toque trouxe um “estou aqui” que mostra o que a presença
é importante. Os teus abraços mostra como somos porto seguro um do outro e que não queremos
perder, mas se for para nos perder que seja para irmos juntos. Os teus saltos para mim mostram
confiança que há entre nós e que te vou agarrar e a confiança em não te deixar cair. As tuas
palavras, ideias, partilhas de vivências mostra que não contamos histórias um ao outro mas como
vivemos e partilhamos as recordação e programamos o futuro. Não te quero largar quando o faço, é
na esperança que venhas atrás e por felicidade e amor que existe entre nós. Não demoras a vir e
com um abraço ou mãos dadas, já dizes “tive saudades tuas”. Nem sempre as palavras dizem tudo
apesar do “óbvio precisar de ser dito” mas há mais gestos e ações feitas num (considerável) curto
tempo do que num tempo maior parte vivido com palavras.

22.09.20

NÃO ME DEIXES

Débora

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Deixa-me ser o que te faz acreditar em algo diferente. Deixa-me ser o motivo pelo qual sorris
quando te lembras de algo. Deixa-me estar contigo por tempo indeterminado. Deixa-me abraçar-te. Afagar-te o cabelo. Dar-te as mãos. Quero que vejam e saibam como estou feliz a teu lado.
Deixa-me sem jeito. Deixa-me feliz. E acima de tudo, não me deixes.

22.09.20

UM REFÚGIO CHAMADO PRAIA

Débora

13450801_734626640013059_3836568668831649933_n.jpgQuando tudo parecia perdido, havia sempre algo que a acalmava: a música. Fosse qual fosse a
situação, recorria a esta.
No entanto, não andava feliz pois as músicas que ouvia faziam-na recordar momentos já
inexistentes. Pensara numa frase “tenho que deixar de associar músicas às pessoas. Porque as
pessoas fazem asneira e estragam a boa música.” Em algumas vezes, era difícil afastar a música
associada à pessoa. Guardava para si momentos que outros esqueceram e isso ainda a magoava ou
chateava mais pois sentia-se emocional perante os outros que não demonstravam esses
sentimentos.
Um dia, foi à praia para sentir a brisa do vento, o cheiro do mar, a areia que lhe aquecia os pés.
Fechando os olhos e com um respiração tranquila, sentia o vento cada vez mais forte nas rochas.
Este cenário era idêntico à confusão e receios que tinha. Num som forte de uma onda a bater nas
rochas, abriu os olhos. Aos poucos, o mar foi ficando mais brando e o vento também abrandava a
sua força.
Estava em paz. Por momentos não pensava em nada. Estava bem consigo própria e deixou-se levar
pela tranquilidade que a praia lhe trazia: pessoas no mar a nadar e a fazerem castelos na areia,
gargalhadas vindas de um bar de uma esplanada ali perto, um céu limpo com um azul muito claro
e as ondas do mar com um azul idêntico.
Sentiu-se feliz pois descobrira um novo refúgio: a praia. Não associava a ninguém, pois ela própria
e não precisava de ninguém para desfrutar do que estava a sentir. Sentira paz e desapego e era o
que mais queria.

22.09.20

P E R T E N C E R

Débora

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A música que escutava, fazia-o estar quieto e calado. A música era calma, serena e aos poucos os
seus olhos encheram-se de lágrimas. Lágrimas frias para o calor que sentia.
Um arrepio percorreu-lhe o corpo. Sorriu. Ele não chorava pela música mas pelo que esta fazia-lhe
lembrar. Fazia lembrar conversas boas que tivera.
Agora tudo tinha um significado: os arrepios, as risadas, as gargalhadas, as coisas simples que
faziam diferença. Agora percebia. Por estarem afastados um do outro, sentia-se só e com saudades
do que pensavam que “era normal”. Mas por todas as razões e por “ser normal” é que as lágrimas
transformaram-se numa anormal pertença um ao outro.

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