Numa tarde de chuva, era apenas o silêncio, a luz e a música no quarto presentes.
Ela procurava o silêncio como pano de fundo porque para turbilhão já bastavam os seus pensamentos. No entanto, era neste refúgio, nesta paz, que ela curava todos os males. Onde ela se permitia ser ela própria. Podia chorar ou rir sem parar. Despia-se de preconceitos e tirava a máscara que recentemente trazia consigo.
Aprendeu com as lições da vida que nem todos que ouvem são interessados. Aprendeu a levantar-se sozinha porque apenas de si própria depende.
Usando mantras para com si, eleva-se, ergue-se como se uma pena fosse. Leve, delicada mas bonita de apreciar.
Lumos é o latim de luz, não fosse o que tem tatuado no interior do seu pulso. Fá-la relembrar da pessoa luz que é quando as sombras aparecem, quando as trevas querem chegar, ela emite o seu sinal de paz que vence. O lado escuro aparece porque há luz, no entanto cabe a nós qual o lado a escolher porque a vida é feita de escolhas.
Escolhe o que é melhor para ela, onde se sente feliz e aprendeu que não tem de viver de acordo com as expetativas dos outros. Vive a sua realidade pois ela é que sabe o que sente, ela é que viveu. Ninguém o fez por ela. Nem o vão fazer.
Somos luz num caminho de sombras. Somos melhores do que ontem. Porque é a única pessoa a quem nos devemos comparar.
Quando a música termina, sorri. Abre os olhos de ter voltado para dentro. É onde estão as respostas que precisamos para responder às perguntas da vida. E só a nós depende de as encontrar.