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Na biblioteca que criei em casa, percorro os livros como se estivesse à procura de uma novidade. No entanto, está tudo igual. Já li cada livro e cada um que percorro a lombada com os dedos, recordo cada página lida.
Os que predominam são os de romance. Não fosse eu uma romântica incurável. Onde as personagens assumem. Onde há a timidez inicial, mas com o desenrolar das páginas, não há tanta timidez assim. Onde sinto as descrições das paisagens, sentido o vento que leva os meus cabelos e a chuva que me molha a pele e faz-me sentir viva. Onde sinto os sabores das ruas cheias de restaurantes. De bares. Onde há vida e as personagens não têm medo de ser felizes.
Percorro com saudade de livros que já li e me marcaram. Recordo cada passagem que sublinhei onde fala de mulheres poderosas também. Que lutam pela sua felicidade. Por aquilo que acreditam sem serem influenciadas pelo mundo externo. Das opiniões das outras pessoas. Onde são livres e donas de si.
Deixo-me influenciar por esse poder e recordo-me que também eu, posso ser como elas: donas de si, de lutar por aquilo que acreditam e não diz respeito a mais ninguém. Porque são as minhas crenças, sonhos e como quero vencer na vida.
Regresso ao sofá, bebendo o meu chá. Pego num caderno que comprei mas ainda não tem nada escrito. Inspirei fundo e comecei a escrever a minha própria história. E sou eu que vou continuar a escrevê-la. Porque tenho a vontade, o desejo, o sonho. A caneta. Eu escrevo a minha história. Eu sei como a quero escrita e não vou deixar ninguém escrever por mim.
Pelas personagens que li que me inspiraram, pelos romances que li e pelo que acredito.
Começo hoje.