ÍNTIMO
Três da manhã. Regresso a casa. Onde antes os gritos mudos eram inaudíveis porque ninguém ouvia. Tinha de fazer por ela. Reagir por ela. Tinha de se curar por ela porque quando todos partem é ela que fica. No caminho da cura individual, encontrou alguém que chegou devagar e manteve-se sem medos de quem tinha ao lado, que não fugia com o que ela enfrentava em dias negros, lembrava-a que ela era a própria luz que iluminava por onde passasse. Depois de uma noite de conhecimento individual e partilhado, trocaram risadas, olhares e toques de dedos entrelaçados como dois apaixonados. Perderam-se no seu próprio mundo onde eram dois planetas nesta imensa galáxia. Entraram em casa ainda a dançar e assim passaram a noite: entre dança de corpos, troca de olhares e sentiram-se mais íntimos do que já foram. Porque a intimidade é mais do que despir roupas. É despir partilhas, emoções, medos, segredos e sonhos.