A CARTA QUE TE ESCREVO
Olá. Eu sou tu há uns anos.
Escrevo-te esta carta para te recordar como a infância é o nosso melhor tempo. Queres saber porquê? Eu conto-te.... Porém, prefiro que te sentes porque gosto de escrever e é onde posso continuar a ser eu e quando dou por mim, o tempo voou. Ah como lembro-me bem de voar... Eu sei que o Homem não voa, mas quando o céu é o limite, eu voo e muito mais.
Vou começar. Já estava a divagar, vês? Ai de mim!
Esta fotografia é das minhas preferidas. Fui a uma quinta com os meus pais e comecei a aperceber-me dos sons dos animais, da variedade de flora que existe na Terra. Comecei a aprender a sua importância e como devemos cuidar dela. Com os animais, aprendemos por vezes, a "lei da sobrevivência", mas não te vou massar com isto, porque tu... Agora estás na idade boa onde não tens problemas, onde não existe drama mas sim onde tudo é encantado e achamos que somos imortais. Com as plantas, aprendemos a dar valor à ação de respirar. Algumas pessoas esquecem-se disso. O oxigénio vem das árvores, sabias? O "oxi" quê? Não ligues. Sou eu a divagar de novo.
Para não alongar mais, porque de tempo em tempo, irei escrever-te cartas para mostrar que o mundo dos adultos é complicado. Aqui entre nós, as pessoas é que complicam.
O quão é fácil para ti chegares ao pé de alguém, dares um abraço e dizeres que tens saudades. Em adulto... Em adulto, não dizes nada porque a outra pessoa tem de dar valor também. Idiota, não é?
Mas se há coisas que venho a aprender com a idiotice, é expressar os meus sentimentos. Não é vergonha, é um ato de coragem. Não é cobardia, é não esperar pelo amanhã. Porque amanhã? Bem... Amanhã já tu estás mais crescido, já te esqueceste de algumas situações e as únicas coisas que ficam são as memórias e estas cartas. Vou escrever para ti com frequência. Vou relembrar-te o quão és feliz e amado. Pelos outros, mas principalmente por ti próprio.
Vou para sempre cuidar de ti, de mim. De nós, ora essa!
Até já, companheiro.