CHEGAR A TI
Há algum tempo que não te via. A recente companhia que tinha era um copo de vinho e as nossas memórias. Cada gole era uma viagem ao passado.
Dirigi-me à porta porque tocaram à campainha. Não acreditei no que via. Tu. Ali. O teu cabelo estava maior, tinhas um ar mais velho, mas o teu olhar continuava doce e misterioso. Porém, parecias procurar respostas. Confessaste que tinhas saudades minhas. Eu admiti que tinha saudades nossas. Dos nossos momentos. No entanto, o homem que tinha à minha frente eu não reconheci. O homem que não fugia às responsabilidades, dos compromissos e sobretudo dos problemas. Não te deixei entrar em casa. Era como voltasses a entrar na minha vida. Compreendeste-me e desejaste-me o melhor.
De lágrimas, despedi-me do homem que (pensei) era para sempre.