CLÁSSICO
Quero o simples. A arte e a sua beleza sem ser questionada. Quero perder-me em museus. Em palácios. Sonhar acordada com as histórias passadas. E sim, imagino-me naqueles tempos onde a mágoa é intemporal. Onde é possível fantasiar-me e perder-me nos pormenores de cada retalhe. De cada parede.
Imagino cada baile aqui vivido: a música clássica, as roupas caras e bem parecidas onde toda a população se diverte até altas horas. Onde as mulheres são cortejadas por homens com um certo mistério. Onde elas são cisnes ansiosos por se mostrarem e eles são leões presos em jaulas prontos a correr quando a jaula abre. Onde a comida é infinita e a magia é permanente. As luzes definem espaços e iluminam os seres dançantes.
O clássico é sobrevalorizado. É obra prima que cai com o tempo. Onde é sobrevalorizado e as pessoas deixam de sonhar. Pois, não deixem. Mantenham aceso o anseio por esta beleza, onde e quando menos esperamos, será a nossa vez de dançar.