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Lembra-te de Mim

Lembra-te de Mim

19.11.20

SEI-TE DE COR

Débora

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Manhã tímida numa vila no Alentejo. A natureza acolhia-nos e dava-nos as boas vindas à nossa nova casa.
Mudámo-nos para este sossego há pouco tempo, mas parece que vivemos aqui desde sempre.
 Sempre falavamos em deixar a cidade. Trocar a agitação pelo sossego e quando a oportunidade surgiu, não perdemos tempo.
 Tu ainda dormias. Eu acordei e sorri ao ver-te no teu mundo. Onde sonhavas livremente e estavas tranquilo. Respiravas calmamente e não queria acordar-te.
 Levantei-me e à janela observei os pássaros nos seus ninhos. As gotas de orvalho que se criavam bem como as teias de aranhã que eram formadas pela húmida manhã.
Um dia de inverno que nos fazia ainda mais querer o quente da casa. Com a lareira, o chocolate quente que iríamos acompanhar com umas panquecas de mel e canela ao pequeno almoço. Estes sabores e aromas que nos aquecem e completam com o nosso amor.
 Enquanto esperava que acordasses, voltei às pinturas. O que mais me agradava era desenhar retratos. Usando diferentes técnicas, porém mais recentemente a aguarelas.
 Tinha a tela à minha frente e quis fazer o teu retrato. Vasculhei fotos e encontrei uma que tinha tua, tirada quando fomos visitar o castelo da vila e estava o sol a pôr-se. Há cenário mais bonito do que alguém que amamos a ser iluminado pelas cores lindas do pôr do sol? Sempre fomos pessoas de pôr do sol. As cores, a magia, a tranquilidade, o amor à vida que se sente é inexplicável.
 Estavas de perfil e assim te desenhei. De início ainda segui a fotografia só para ver a roupa que tinhas vestido. No entanto, os teus detalhes do rosto e as cores do pôr do sol, desenhei sem olhar para a foto. Até o teu fio de cabelo que encaracola juntos ao ouvido, eu não me esqueci. Esse fio de cabelo é ligeiramente mais claro. Dizes sempre que é por eu tocá-lo que se transforma em ouro. Tão romântico como eu digo, mas os poetas escreveriam mais histórias de amor como a nossa, se nos vissem. 
 Acordaste e vieste ter comigo. Observaste o desenho e beijaste-me o pescoço. Demos um beijo e disseste-me que estava lindo. Finalizei as cores e coloquei por cima da nossa cama.
Contemplámo-lo e não foi preciso dizer nada porque ambos nos lembramos neste dia. Foi quando decidimos viver juntos para este sossego que nos acolhe. 
 A arte e o amor habitam na nossa casa. Há melhor sorte do que essa no Mundo?

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